Eu nunca permiti que deficiência auditiva me impedisse de algo
Lidia Best, polaca-britânica nasceu na Polônia com audição perfeita, porém aos 12 anos de idade no final da década de setenta, a Doença de Meniérè a atingiu deixando-a com deficiência auditiva parcial. Ela mora, atualmente, no Reino Unido, e trabalha na indústria de moda como tecnóloga de roupa.
Ela chegou a usar, antes, aparelhos auditivos, mas depois de um tempo ocorreu que ela perdeu o restante de sua audição. Lidia usa, nos dias atuais, implante coclear.
“O implante de cóclea tem me ajudado bastante nos últimos 10 anos, permitindo-me exercer minhas funções como uma pessoa com deficiência auditiva”, afirma ela.
Minha deficiência auditiva não é um obstáculo
“Para falar a verdade, eu nunca permiti que deficiência auditiva me impedisse de fazer o que eu queria. Minha família e amigos nunca me fizeram sentir diferente, e eu sou uma pessoa naturalmente segura, como também aberta acerca de dificuldades auditivas. Todos os meus amigos, e colegas de trabalho sabem que tenho “ouvidos melhorados “, os quais criam, às vêzes, situações engraçadas, mas tudo isso me leva a ser determinada, e buscar o que é o melhor para mim.
“Eu uso estratégias simples, como por exemplo, de sentar no final da mesa, onde eu possa ver todos e observar seus lábios, e desse modo, fazer a leitura labial. Outra estratégia é olhar para certos pontos, no restaurante, onde eu possa lidar com ruidos de fundo. Meu aparelho de implante é totalmente usado com um sistema de inteligência de mudanças de ambiente. Quando participo de grandes reuniões, eu uso certos tipos de dispositivos auxiliares e legenda.”
Vice - Presidente da EFHOH
Desde 2014, Lidia Best tem ocupado o cargo de Vice - Presidente da Federeação Europeia de Pessoas com Deficiência Auditiva, sigla em inglês, EFHOH. O objetivo da Federação é retirar barreiras, na Europa, para todas as pessoas que tem experimentado dificuldades auditivas desde o período escolar/acadêmico, trabalho e aposentadoria. A finalidade da EFHOH é influenciar politicos e responsáveis a tomarem decisões e colaborarem com parceiros potenciais, a nível europeu, afim de chamar a atenção dessas autoridades para as necessidades de pessoas com problemas auditivo; e ao tempo tempo, para que eles apresem soluções viáveis que beneficiem a todos que têm necessidades específicas, relacionadas à deficiência auditiva.
“ Nós ainda observamos estigmatização, falta de entendimento e falta de adaptações razoáveis para quem tem experimentado dificuldades auditivas”, afirma Lidia Best.
“Pessoalmente, eu apoio o trabalho da EFHOH quanto ao desenvolvimento da comissão, suas políticas e estratégias ao realizar palestras para o público, como também preparando nossa contribuição para consultas ao público. Parte do meu trabalho é desenvolver colaborações fortes a nível internacional, levando nossa voz europeia para agências da União Europeia, como por exemplo, para Organização Mundial de Saúde (OMS) e a União Internacional de Telecomunicação (UTI).
A Declaração de Essen
“Uma das realizações da EFHOH é a Declaração de Essen de 2015. A Declaração de Essen é uma declaraçao conjunta, voltada para problemas auditivos da União Europeia. A declaração apela para os governantes europeus, para que garantam acesso compatíveis, de boa qualidade, aparelho auditivo profissionalmente aprovado, dispositivo de assistência auditiva, como também treinamento, e normas de apoio para o uso satisfatório desses instrumentos.”
Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos de Pessoas com Deficiência
A Declaração de Essen tem como base, os Direitos de Pessoas com Deficiência nas Nações Unidas, sigla em inglês, UN CRPD. A convenção é importante também para pessoas com deficiência auditiva, segundo declara o Artigo 1: “Pessoas com deficiência, inclusive, àquelas que durante longo tempo têm tido problema físico, mental, intelectual ou deficiência sensorial, as quais em interação com várias barreiras têm tido total dificuldade de participar, de forma efetiva na sociedade, em nível de igualdade com outros.”
Acesso a aparelhos auditivos
“Um outro aspecto importante é a escolha pessoal quanto a reabilitação e qualidade de aparelho auditivo adequado. Nós cremos que todos devem ter acesso a um aparelho auditivo, quando necessário, para que vivam independemente e possam corresponder com as expectativas de trabalho e educação.”
“A Declaração de Essen afirma que que há 51 milhões de pessoas com problemas auditivos, na União Europeia, e que este direito de ter acesso a um aparelho auditivo pode ser realizado satisfatoriamente através do Estado - ao prover fundos para aquisição de aparelho auditivo, como também de um aumento de dispositivo de assistência auditiva (em inglês, ALDS).”
“Na Europa, nós temos seguros de caráter universal financiados pelo Estado, ou outros meios de reembolso para aparelho auditivo. Embora haja diferentes maneiras de receber reembolso, todos eles têm algo em comum. Tais aparelhos são, com frequência, parte de políticas de saúde apoiadas pelo Estado. Em termos práticos, significa dizer que, todos os membros do Estado necessitam assegurar-se de que, os custos não representam barreiras para as oportunidades de cidadãos com problemas auditivos.”
Nós temos que nos manisfestarmos
“Nós, deficientes auditivos, precisamos continuar nos manisfestando e nos envolvendo em políticas de desenvolvimento, que nos afetam diretamente”, afirma Lidia Best.